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Bem Vindo!

Review Cruel-Cruel

quinta-feira, 22 de outubro de 2009


Gruel é uma expressão coloquial para personagem desconhecida. É isso mesmo que os Gruel são. Descrevem-se a si mesmos como uma banda formada por quatro falhados e dois acólitos.
Descobri esta banda em rescaldos de concertos no Reino Unido, no inicio de Verão e achei que tinham um aspecto visual muito interessante. O passo seguinte foi ouvir o que disponibilizavam no myspace e depois de gostar, encomendar o seu álbum de estreia lançado em Setembro deste ano, composto por quatro temas (I, II, III, IV), todos a rondar os quinze minutos de duração. O álbum começa com uns leves ecos de vozes episcopais distantes e gritos agonizantes do vocalista… Capto um longínquo órgão de igreja pouquíssimo perceptível cantando durante uns segundos e começam as guitarras que acompanham uma bateria muito marcial que transportam uma marcha ancestral para a nossa consciência onde todos os cantos da mente pedem uma batida na tarola para marcar o ritmo contagiante deste inicio. Há uma morte de som e o silêncio reina por milésimos para que a componente Sludge/Drone desta genial banda entre em mandato. As distorções, o feedback, o arrastar lento, frio e cruel de uma voz rouca e de uma guitarra mais distorcida que o melhor quadro de Salvador Dalí marca o meu cérebro com uma estaca de vício e dependência a este álbum, nos seus primeiros dez minutos mais tarde interrompidos por um vento no mesmo carácter desta última descrição que acaba na repetição do riff anterior e aparece no final do tema um cheirinho de um dos elementos que vai caracterizar a originalidade extrema deste trabalho que mais tarde revelo.

Inicia-se o segundo tema (II) que provavelmente assinala a vertente mais doom de Gruel onde as pancadas de riffs acabados em pinch harmonics marcam a agonia de um tema e a agradável monotonia desta vertente tão adorada do metal. Este doce tema acaba num sono de guitarradas, baixo, voz e bateria na cama de um som frio mas aliciador à introdução da melhor faixa deste álbum que provavelmente foi a que me fez apaixonar por este imenso trabalho de genialidade (III) que mistura elementos de tanto tipo de música que nem sei explicar! Ouço noise, ouço punk, ouço death metal, ouço uma pitada black, ouço doom, ouço sludge e ouço um ou outro riff de rock que é a cereja em cima do bolo. O quarto tema (IV) é o tema mais Black/Sludge do álbum, que não atrai tanto como os outros, mas é também uma maneira de mostrar influências doutros registos de música e ainda assim, não digo que não gostei deste tema. Achei fantástico.Ouçam Cruel!

NOTA: 9.6/10

Review: C.A.

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